Nosso último dia no Vale do Silício teve uma programação intensa. Iniciamos com uma visita técnica ao centro de pesquisas em inovação da Universidade de Stanford – Stanford Research Institute, que fica situado na cidade de Menlo Park. Fomos recebidos por Alex Beaves diretor executivo da SRI Ventures e o bônus da visita foi encontrarmos no corredor com o CEO da SRI, Curt Carlson que parou e ficou conversando com a delegação brasileira.
No curriculum de Mr. Carlson nada mais nada menos do que compor o conselho de inovação de Barak Obama e do atual governo de Singapura. A SRI é uma organização não governamental que atua de forma independente desde 1970. No portfólio apresenta inovações como o SIRI para a Apple, pioneirismo em robótica inteligente, pioneiros na internet com a criação dos domínios ponto com; ponto gov e ponto org. Entre tantas inovações tecnológicas, destaque para a consultoria de viabilidade para a implantação da Disney em 1950. Para quem se interessa pelo tema, vale pesquisar o site da instituição e conhecer o que já foi feito assim como grandes tendências com destaque para o BOLT – Broad Operational Language Translations, um sistema de tradução simultânea móvel pelo reconhecimento de voz sem conexão com a internet.
O segundo ponto foi um tour por dentro da Universidade de Stanford que fica na cidade de Stanford. Localizado entre São Francisco e São Jose, no coração do Vale do Silício, esta Universidade é reconhecida como uma das principais instituições de ensino e pesquisa do mundo com 22 pesquisadores que receberam o prêmio Nobel. Fundada por Leland e Jane Stanford fundou a Universidade após perderem seu único filho que residia na Italia e partir de então investiram todos os recursos nesta instituição com o objetivo de promover o bem-estar público, exercendo uma influência em favor da humanidade e da civilização. Stanford abriu suas portas em 1891, e mais de um século depois, continua a ser dedicada a encontrar soluções para os grandes desafios do dia e preparar seus alunos para a liderança no complexo mundo de hoje. Sua arquitetura foi inspirada na região de Florença na Italia local onde o filho residia quando morreu.
Stanford é uma cidade mesmo, com todos os serviços públicos próprios como prefeitura, bombeiros, policiamento etc e visita-la é um passeio lindo. Tudo é muito bem cuidado, com jardins lindíssimos, gramado impecável e um clima que respira informação. Sem contar as inúmeras obras de arte espalhadas pela cidade como as de Augusto Rodin que tem suas esculturas em diferentes pontos. Destaque também para o Cantor Arts Center, um museu com acesso gratuito a qualquer visitante.
A etapa seguinte do nosso dia foi participar de um tour guiado pela d.School, a meca do design thinking. Impossível não se emocionar e concluir que é possível estudar e conhecer novas metodologias por meio de livros e internet e com o contato de bons parceiros. Revivi nossos workshops e captei todas as novas informações. Um sonho ver o local, com espaço para diferentes ferramentas para prototipagens, seções de ideação e muita criatividade. Salas com moveis mesmo. Tudo se move e muda de lugar. Nada é fixo, tudo pode mudar e o que vale é a experiência. Nada está errado, não há ganhadores e nem falhas, apenas o fazer.
Próxima parada foi na TESLA, uma fábrica de automóveis elétricos com design arrojado e que apresenta como proposta de valor, carros que não poluem o meio ambiente. Silenciosos e com alta performance, esta empresa tem aparecido na lista de carros mais vendidos na região da Califórnia. A produção ainda é muito pequena com apenas 20 mil carros por ano, eles estão prototipando o modelo de negócio e identificando como podem ajudar este segmento de clientes.
Fechamos o ciclo de visitas ao Vale do Silício com uma visita especial a Google onde fomos recepcionados por Pierre Cintra, um brasileiro que trabalha na empresa há seis anos e que nos mostrou esse mundo fascinante do Google que é isso mesmo que se fala. Uma empresa que valoriza o ser humano e oferece todas as condições para um bom ambiente de trabalho, as pessoas se agrupam por projetos e não existem “chefias”. Nada de títulos ou credenciais em cartões de visita, o traje é despojado e a criatividade é super estimulada. As empresas inovadoras vêm mudando a sua estrutura de hierarquia. Qualquer pessoa pode contribuir e ser ouvido.
Encerramos esta experiência com vontade e determinação de aperfeiçoarmos o modelo e divulgar novas oportunidades para outros grupos a partir de 2014. Caso vocês tenham interesse em participar de uma missão como esta, envie um email ou deixe seu comentário que ficaremos felizes em lhe atender. Quero registrar meus agradecimentos às amigas Fernanda Bornhausen Sá e Ana Paula Bornhausen que tiveram a iniciativa de criar a Innovation Learning Trip. Tudo foi excelente.