Já imaginou como seria o ambiente de trabalho se cada pessoa assumisse o protagonismo da sua própria jornada, assim como Dorothy e seus amigos em “O Mágico de Oz”? A responsabilidade individual e coletiva, conhecida como accountability profissional, não só transforma equipes, mas também potencializa resultados e motiva as pessoas a darem o seu melhor.
Neste artigo, entenda como o Princípio de Oz pode ser a chave para criar uma cultura organizacional mais responsável, inovadora e produtiva.
O que é o Princípio de Oz?
O Princípio de Oz é uma abordagem apresentada no livro “O Princípio de Oz – Como Usar o Accountability Para Atingir Resultados Excepcionais”, de Craig Hickman, Roger Connors e Tom Smith.
Baseado na jornada de Dorothy e seus companheiros — o Leão Covarde, o Espantalho e o Homem de Lata — o princípio revela revela como a superação de desafios e a autorreflexão podem nos levar a reconhecer o poder que possuímos.
Na história, cada personagem acredita que lhe falta algo essencial — coragem, inteligência, coração ou direção. No entanto, ao longo da obra, eles descobrem que essas qualidades já existiam dentro deles.
Pilares do Princípio de Oz
No ambiente corporativo, o Princípio de Oz traduz essa jornada em um processo de fortalecimento da accountability. Essa prática requer que indivíduos e equipes assumam total responsabilidade por suas ações, decisões e resultados, e se baseia em quatro pilares fundamentais:
Comprometimento
Dorothy é movida por um objetivo claro: voltar para casa. Sua determinação é um exemplo de como metas bem definidas e ações consistentes são essenciais para o sucesso. No ambiente corporativo, isso significa que os colaboradores devem assumir responsabilidade pessoal pelo cumprimento de prazos e entrega de resultados.
Coragem
O Leão Covarde nos ensina que a coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de agir apesar dele. No trabalho, enfrentar desafios difíceis e tomar decisões sob pressão são habilidades fundamentais.
Propriedade
O Espantalho, inicialmente inseguro sobre sua inteligência, prova ser criativo e resolutivo. Ele exemplifica como assumir responsabilidade pelos resultados e confiar nas próprias capacidades pode levar ao crescimento pessoal e profissional.
Soluções
O Homem de Lata acredita que não tem coração, mas demonstra empatia e criatividade para superar obstáculos. Isso reforça a importância de buscar soluções práticas e inovadoras, mesmo em cenários adversos.
Esses pilares conectam-se a quatro ações-chave: ver, possuir, resolver e fazer, formando um ciclo de transformação que promove accountability e protagonismo.
A mentalidade de vítima vs. protagonismo
Na história de Dorothy, ela e seus amigos se consideram vítimas das circunstâncias. Porém, ao longo da jornada vão descobrindo a força que existe dentro de si mesmos. Essa metáfora serve também para ilustrar comportamentos que temos em nossa vida profissional e pessoal.
No ambiente corporativo, a mentalidade de vítima pode ser descrita como a tendência de culpar acontecimentos externos pelos problemas, evitando assumir responsabilidade. É comum ouvirmos justificativas como “não conseguimos atingir a meta por causa da economia” ou “o problema é do outro setor, não nosso”.
Esses comportamentos minam a eficiência e criam uma cultura organizacional tóxica. Por outro lado, o protagonismo profissional é caracterizado por uma visão proativa e responsável. Protagonistas dizem: “o que podemos fazer para melhorar, apesar das dificuldades?” e “como podemos trabalhar em conjunto para superar o problema?”.
A transição de uma mentalidade de vítima para uma cultura de protagonismo requer tempo, esforço e, acima de tudo, mudanças estruturais na organização.
Como criar uma cultura de accountability e protagonismo?
A accountability deve ser cultivada em todos os níveis da organização, desde líderes até equipes operacionais. Aqui estão os elementos essenciais para criar esse ambiente:
Autonomia
Empoderar os colaboradores para tomarem decisões promove senso de responsabilidade e confiança. Um exemplo disso são equipes que têm liberdade para decidir como alocar recursos para projetos, desde que os resultados esperados sejam alcançados.
Confiança
Construir relações de trabalho seguras é essencial para que as pessoas se sintam seguras para agir com protagonismo. Para isso, é importante que as lideranças compartilhem vulnerabilidades e aprendizados, incentivando seus times a fazerem o mesmo.
Feedback contínuo
A comunicação aberta e honesta sobre desempenho ajuda a ajustar ações em tempo real. Uma forma de fazer isso é por meio de reuniões periódicas para troca de feedback. Essas conversas criam oportunidades de alinhamento e ajudam a implementar melhorias constantes.
Clareza nos objetivos
Metas claras permitem que os colaboradores entendam o impacto de suas ações nos resultados gerais. É para isso que muitas empresas utilizam metodologias como ORKs trimestrais, que alinham todos os níveis da organização a um propósito comum.
Barreiras comuns à accountability e como superá-las
Embora a accountability traga inúmeros benefícios, implementar uma nova cultura sempre impõe desafios. Alguns obstáculos comuns incluem:
Medo de falhar
Esse é um dos maiores bloqueios para o protagonismo. Colaboradores que temem punições evitam tomar iniciativas. Para superar isso, incentive uma cultura de aprendizado, onde erros são tratados como oportunidades de crescimento.
Também procure recompensar tentativas inovadoras, mesmo quando não alcançam o resultado esperado, e reconheça publicamente as equipes e indivíduos que alcançam as metas.
Falta de liderança inspiradora
Líderes que não dão o exemplo podem atrapalhar todo o time. Então, estimule os líderes a assumir responsabilidade por suas ações e promover transparência.
Inércia organizacional
Organizações com processos engessados tendem a resistir a mudanças. Por isso, é importante revisar processos antigos e criar pequenos projetos piloto para implementar novas práticas.
Além disso, estabelecer um sistema claro de papéis, responsabilidades e métricas de sucesso ajuda toda a equipe a visualizar as transformações na empresa.
Benefícios de uma cultura de accountability
Aplicar o Princípio de Oz nas organizações traz inúmeros benefícios, mas podemos destacar três vantagens significativas.
Maior produtividade
Uma cultura de accountability reduz desperdícios e melhora o uso de recursos. Isso porque os profissionais se sentem parte da empresa e responsáveis por cada etapa do processo.
Engajamento de talentos
Talvez você já tenha sentido a frustração de trabalhar em um local no qual as pessoas estão sempre jogando a responsabilidade para as outras, sem apresentar soluções. Essas equipes geram cansaço desnecessário, minam a saúde mental e afastam bons colaboradores. Por isso, promover a accountability ajuda a construir um ambiente mais saudável e manter na equipe profissionais qualificados.
Motivação dos colaboradores
Quando as pessoas sentem que têm controle sobre seu trabalho, sua dedicação aumenta. Da mesma forma, quando há clareza sobre responsabilidades e expectativas, os colaboradores se sentem mais confiantes e engajados. Eles percebem que seus esforços individuais contribuem diretamente para o sucesso coletivo, o que fortalece o senso de propósito.
Essa transparência também promove um ambiente de trabalho mais justo, no qual os resultados são reconhecidos, gerando maior satisfação e motivação para alcançar metas.
Em síntese, o Princípio de Oz nos ensina que o protagonismo começa ao reconhecer que já possuímos as qualidades necessárias para liderar e alcançar resultados. Ao implementar accountability, organizações podem criar ambientes mais produtivos, engajados e inovadores.
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