Já sabemos que a inovação não anda sozinha. Pelo contrário, anda muito bem acompanhada. Por isso, quando se fala em inovação para empresas, encontrar um parceiro certo pode ser decisivo. E isso está bastante relacionado com aquilo que falei sobre inovação aberta. A colaboração e o ecossistema são fatores-chave para que as organizações possam expandir seus horizontes, seja em soluções, produtos ou no próprio modelo de negócio.
É certo que estamos vivendo um período repleto de transformações, o que inclui a forma que a inovação para empresas é vista e praticada. Da inovação aberta até o método Lean Startup, as grandes empresas mudaram processos e aceleraram o ritmo das inovações e transformações digitais. Com isso, vimos grandes empresas buscando parcerias estratégicas com startups, e o contrário também.
Como funcionam as parcerias entre startups e empresas?
No auge das interações entre grandes empresas e startups, participei de um levantamento para ajudar a direcionar os esforços de ambos dentro dessas promissoras parcerias. O resultado foi o e-book “Como grandes empresas e startups se relacionam”, que continua mais atual do que nunca. Lá, identificamos os principais tipos de relacionamento e como está acontecendo a inovação entre empresas e startups. São eles:
1. Relacionamentos de Posicionamento
Dentro do “Relacionamento de Posicionamento”, estão as interações que têm como objetivo central o fomento do ecossistema a partir da participação das grandes empresas, a identificação e o acompanhamento de tendências e oportunidades, além da aproximação e desenvolvimento de afinidade com a cultura de startups. Por isso, nessa categoria se encontram capacitações e mentorias, matchmaking e conexões, reconhecimento e premiações, assim como os espaços de coworking que promovem o encontro de empresas e startups.
2. Relacionamentos de Plataforma e Parceria
Quando se fala de inovação para empresas dentro do contexto do relacionamento de plataforma e parceria, está sendo visto o cenário no qual as startups passam a ter acesso a recursos das grandes organizações. Dessa forma, as startups conseguem se desenvolver dentro do modelo ou, ainda, utilizar a oportunidade como plataforma. Fazem parte desse relacionamento: vouchers de serviços e tecnologia, licenciamento de PI da grande empresa, acesso a recursos não-financeiros, acesso a base de colaboradores e acesso a base de clientes e canais de vendas.
3. Relacionamentos de Desenvolvimento de Fornecedores
Em um relacionamento de desenvolvimento de fornecedores, vemos a interação das startups com o objetivo de criar uma nova rede de fornecedores inovadores. Para isso, fazem uso de atividades conjuntas de pesquisa e desenvolvimento, utilizam os recursos das grandes empresas ou, ainda, a própria startup detém uma tecnologia de interesse das grandes empresas. Nisso, encontramos os recursos para P&D e prototipagem, licenciamento de Propriedade Intelectual da startup, contratação de projeto piloto e fornecimento de serviço ou produto inovador.
4. Relacionamentos de Investimento
Nos relacionamentos de investimento, há uma camada profunda em que a grande empresa se torna sócia da startup. Porém, há uma variação entre nível de participação e controle. Diante disso, há três categorias ou modelos que definem esses níveis: programa de aceleração com equity, investimento com participação acionária minoritária e aquisição e incorporação.
Inovação para empresas: 3 etapas para a construção da parceria
Entender quem são os potenciais parceiros e trabalhar em conjunto com eles é uma forma de criar uma forte vantagem competitiva. Ainda mais considerando a necessidade da inovação para empresas. É isso que Andrew Shipilov, Nathan Furr e Tobias Studer Andersson, especialistas em inovação e estratégia, descrevem em “Looking to Boost Innovation? Partner with a Startup”.
Se encontrar o parceiro certo pode impulsionar a inovação para empresas, muitas dúvidas também surgem no processo. Como identificar quem são os melhores parceiros? E, principalmente, como fazer com que as parcerias funcionem na prática? Em um projeto recente, os especialistas identificaram quais as boas práticas para responder a essas perguntas.
- Primeira etapa: identificar o problema a ser resolvido. Parcerias de sucesso têm um conhecimento prévio e aprofundado do problema do cliente ou do parceiro que precisa ser atacado e resolvido. Mais do que uma suposição. Além disso, a dica é se concentrar naquele problema que é realmente valioso.
- Segunda etapa: é preciso a conscientização, dos parceiros em potencial, sobre o problema. Se manter na zona de conforto e se limitar aos parceiros conhecidos, confiando somente neles, pode acabar trazendo resultados que não são os ideais para chegar ao objetivo principal. Afinal, eles fornecerão justamente os recursos que já são conhecidos. É, sem dúvidas, reconfortante contar com quem já se conhece previamente. Mas isso limita o espaço de pesquisa e faz com que as soluções inovadoras se tornem mais distantes.
Os parceiros incomuns trazem recursos que você nem ao menos sabia que precisava. No entanto, cabe aqui um alerta, os parceiros incomuns podem também não saber que precisam de você. Por isso, para que seu ecossistema de inovação tenha tanto os parceiros comuns quanto incomuns, é preciso que os últimos lhe encontrem.
- Terceira etapa: é preciso superar diferenças. Os parceiros nem sempre trabalharão em perfeita sintonia em um primeiro momento, é um erro bastante comum acreditar que haverá uma grande sinergia, mas sem considerar divisões culturais e operacionais, além da dissonância entre o nível de conhecimento. Sendo assim, o sucesso está não só nas capacidades, mas no potencial para superar as diferenças.
Certamente, todas as etapas acima são apenas parte do processo de uma parceria de sucesso. No entanto, abrir os horizontes e encarar as parcerias a partir de um mindset de colaboração pode fortalecer laços e promover a inovação para as empresas.
Quer conversar mais sobre essa troca entre grandes empresas e startups em prol da inovação aberta? Entre em contato comigo!