Inovação nos negócios: a relação entre inovação aberta e modelos de negócios

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Há mais recursos para promover a inovação nos negócios externamente do que qualquer empresa, independente do porte, seja capaz de criar por conta própria novos modelos de inovação. A partir do momento em que se quebra com uma mentalidade de inovação completamente fechada, as organizações passam a aceitar que não só podem , como devem recorrer a ideias externas, sem perder de vista aquelas que são desenvolvidas internamente. E, por sua vez, começam a analisar com outra perspectiva seus próprios modelos de negócio.

Com isso, a inovação aberta, termo cunhado por Henry Chesbrough, tem se mostrado o caminho a ser adotado em um mundo em que respostas rápidas são essenciais frente a mudanças igualmente velozes. Em “The State of Open Innovation”, Irving Wladawsky Berger, fala sobre como a inovação aberta proposta por Henry Chesbrough transpõe o limite das quatro paredes do escritório. Dessa forma, a inovação nos negócios é gerada, acessando, aproveitando e absorvendo conhecimento externo em toda a empresa, tanto fluindo para dentro quanto para fora

No entanto, não basta somente criar ou identificar conhecimento útil. É necessário uma infraestrutura de inovação que opere em três principais dimensões:

  • Geração: novas descobertas de tecnologias iniciam o processo que, no atual estágio, beneficiarão um pequeno número de primeiros usuários.
  • Disseminação: novas descobertas se espalham por toda organização, iniciando com os grupos de inovação e P&D até a todas as unidades da empresa que as levarão para o mercado.
  • Absorção: novos produtos e serviços são incorporados nas unidades organizacionais e modelos de negócios que possam escalar e sustentar a inovação em toda a economia.

Além disso, entre as recomendações para obter os melhores resultados com a inovação aberta, está a própria inovação do modelo de negócios. É comum que as empresas associem inovação ao desenvolvimento de novas tecnologias na organização, enquanto veem o modelo de negócio como algo fixo. Porém, isso está em processo de mudança. Ter modelos de inovação adaptáveis permite obter mais valor.

A inovação dos modelos de negócios 

Transformação digital e inovação do modelo de negócios são movimentos diferentes. De acordo com Mark Johnson, em “Reinvent Your Business Model”, a tecnologia, por si só, não importa o quão transformadora é, não é o bastante para alavancar uma empresa para o futuro. No entanto, o modelo de negócio que está por trás da tecnologia é o que conduzirá ao sucesso ou ao fracasso. 

Como diz Irving Wladawsky Berger, a inovação dos negócios, especificamente dos modelos de negócios, tem sido por um longo período o domínio de startups. Mas não é o suficiente que empresas estabelecidas continuem apenas lançando produtos e serviços tendo como base seus modelos de inovação até então confiáveis. Para sobreviver em um mercado de mudanças rápidas, todas as empresas – seja qual for o tamanho ou experiência de mercado – devem ser capazes de se submeter a um processo contínuo de transformação e renovação.

Para isso, é preciso superar a pouca compreensão do seu próprio modelo de negócios, entender os pontos fortes e limitações, e identificar quando é hora de adotar um novo modelo e o que é preciso fazer para criá-lo. Mark Johnson classifica um modelo de negócios como a representação de como um negócio cria e entrega valor para um cliente enquanto também captura valor para si mesmo, realizando isso repetidamente.

Também afirma que os esforços nos modelos de inovação devem se concentrar na busca de algo grandioso, como mudar o jogo em um mercado existente, criar um mercado totalmente novo ou transformar toda uma indústria.

Os riscos dos modelos de inovação nos negócios 

Quando se pensa em inovação nos negócios, o modelo de negócio é um ponto-chave que pode tanto se tornar um potencializador quanto, mais para a frente, um limitante. Ou seja, é capaz de liberar todo o valor potencial em uma nova inovação, mas, ao mesmo tempo, pode transformar o sucesso dessa modalidade em uma armadilha tênue para a companhia, como explica Henry Chesbrough em “Inovação aberta: como criar e lucrar com tecnologia”. 

Se for eficaz, o modelo de negócio estruturará uma lógica específica própria em relação à geração de valor. Assim, por conseguinte, as oportunidades que aparecem acabam sendo vistas e avaliadas a partir da perspectiva dessa mesma lógica. Isso engloba o público-alvo, o mercado-alvo, o tamanho do mercado, os canais de distribuição, entre outros. Para exemplificar, Chesbrough traz o exemplo de uma grande empresa, Xerox, mas que pode ser aplicado a diversas outras. 

Na ocasião retratada pelo autor, o modelo de negócio da Xerox que obteve sucesso acabou se tornando um impeditivo quando foi necessário reagir a outras tecnologias emergentes. Por ter funcionado tão bem com uma das suas inovações, acabou criando uma lógica interna própria. O que, mais pra frente, acabou não sendo a forma mais adequada para lidar com tecnologias que já não cabiam nesse modelo. 

Por sua vez, empresas com muito menos recursos acabaram se destacando por conta dos seus modelos de negócios. No exemplo compartilhado, as companhias se sobressaíram por aplicar a inovação nos negócios por meio do impulsionamento dos recursos externos. Os modelos de inovação de cada uma determinou os elementos internos necessários para realizar a conexão com tecnologias externas

É comum que, muitas vezes, as empresas sintam que para fazer algo, precisem fazer tudo. E, ao seguir esse pensamento, não conseguem fazer render simultaneamente as inovações de outros e as suas próprias. 

Os modelos de inovação nos negócios

É possível que grandes empresas se reinventam e prosperem com modelos de negócios totalmente diferentes do que aqueles que perseguiam inicialmente. Embora, em tempos iniciais, é comum que diversas companhias dependessem apenas de esforços internos, cada vez mais vemos o quão extensa tem se tornado a parceria com terceiros e o uso de suas tecnologias. É uma evolução que aponta o caminho a ser trilhado por empresas  que buscam superar questões que as impedem de aproveitar as oportunidades oferecidas pela inovação aberta. 

Mesmo grandes e bem sucedidas empresas conseguem aprender novas fórmulas. E é a partir da combinação do modelo de negócios com a inovação aberta que conseguimos encontrar a resposta que permitirá uma contínua inovação nos negócios. 

A sua empresa já começou a repensar no seu próprio modelo? Identificou novos nichos onde pode inovar? Conte a sua experiência aqui nos comentários.

 

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