Estou em São Francisco, Califórnia participando de uma missão empresarial voltada para a inovação não tecnológica. Isto é, vimos observar e aprender com quem tem inovado também em modelos de negócios, marketing e processos.
Este grupo constituído a partir de uma iniciativa da Clear Educação e Inovação para participar da primeira Innovation Learning Trip é composta por 10 empresários brasileiros. Pela equipe da Clear são mais cinco pessoas para dar o suporte e fornecer a logística necessária para que tudo funcione de acordo. Eu me incluo nesta equipe de suporte.
Chegamos a São Francisco no sábado porque ninguém é de ferro e porque gostamos de viver a cidade, com direito à city tour, visita aos principais pontos turísticos e comércio além da gastronomia local.
Hoje iniciamos um curso no Center for Executive Education na Universidade de Berkeley conduzido por Henry Chesbrough e com a presença de Steve Blank, Alex Osterwalder e Brandon Barnett. Nos temas abordados podemos citar a Inovação Aberta, Modelos de Negócios, Oportunidade de novos negócios e Desenvolvimento do Cliente. A turma é composta por 50 pessoas oriundas de diferentes partes do mundo com destaque para Singapura, Korea do Sul, Japão, Estados Unidos e Brasil.
Os trabalhos foram abertos por Henry Chesbrough, o pai da inovação aberta que apresentou as seguintes premissas:
- Boas ideias são amplamente distribuídas hoje.
- Ninguém tem mais o monopólio do conhecimento.
- Um bom modelo de negócio ganha e uma boa tecnologia
- Precisamos inovar em modelos de negócios e não apenas as tecnologias, para ganhar no longo prazo
- Nem todas as pessoas inteligentes no mundo trabalham para nós
Alex Osterwalder veio na sequencia e apresentou o canvas da proposta de valor destacando segmento de clientes x uma proposta de valor. Ele vem ampliando a importância de se definir para cada segmento de clientes uma proposta de valor específica e para tal utiliza o canvas da proposta de valor, onde do lado direito evidencia o segmento de clientes apontando as tarefas que o mesmo precisa executar, as dores caso isso não seja realizado e os ganhos, caso seja feito. No lado esquerdo, definem-se os produtos e serviços que pretendemos entregar com o modelo de negócio, que aliviarão as dores dos clientes e proverão ganhos caso sejam executadas. Osterwalder enfatizou ainda que cada modelo de negócio tem uma data para expirar. Isto é, é preciso definir em que prazo tais hipóteses serão testadas e validadas em contato com o cliente.
Brandon Bernett discutiu sobre o processo de liderança a partir da exploração de novas oportunidades de negócios considerando o contexto em que este se encontra, em quatro quadrantes: meio ambiente; economia; experiências e ecossistema. A partir do exemplo da Intel, apontou como extrair hipóteses de oportunidades e criar experiências por meio de um produto mínimo viável.
Steve Blank deu um show de apresentação. Falou com propriedade sobre o desenvolvimento do cliente abordado no seu livro 4 steps to the Epiphany. Assim, as fases de desenvolvimento do cliente compreendem dois momentos: primeiro a iteração onde ocorre a aprendizagem e a descoberta relativa à busca de um negócio e segundo, a execução que está relacionada ao crescimento e a escala do negócio, ou seja, o crescimento do negócio em si. Abordou também a importância de se ter em mente a necessidade da prototipagem, de sair para fora do prédio e interagir com pessoas e com os clientes, buscando definir em detalhes a ponto de criar uma persona capaz de ser identificada e categorizada como um arquétipo. Além disso, ele abordou a importância dos habitats de inovação passando pelos espaços de coworking, incubadoras e aceleradoras como elementos necessários a condução de negócios inovadores.
Foi um dia com muito aprendizado com grandes oportunidades de ampliar networking e vivenciar a beleza da cidade de Berkeley, fonte de tanto conhecimento.