Com uma rotina cada vez mais corrida, por vezes fica difícil manter hábitos positivos para deixar o corpo e a mente em ordem. Mas, por que será que isso acontece? Há culpados nessa história?
Ao invés de ir em busca dos algozes que determinam, de uma forma geralmente maniqueísta, uma dualidade em possíveis respostas (sim ou não, mal e bem, e por aí vai), proponho aqui outra reflexão. E se existissem algoritmos na vida, que a orientam para seguir um padrão lógico que pode ser identificado e compreendido?
Muito se tem falado sobre os algoritmos usados em diversos tipos de tecnologia, entre elas a Inteligência Artificial. Porém, aqui sugiro pautar a conversa em torno dos hábitos positivos. E que eles, assim como os potenciais algoritmos que regem indiretamente nossas vidas, também podem ser mantidos. Ainda: são auxiliados pela inovação e criatividade com a qual as tecnologias são criadas.
Adianto que a intenção deste artigo não é demonizar o uso da tecnologia, pelo contrário: é mostrar que, inclusive por intermédio dela, é possível desenvolver boas práticas. Ações que nos auxiliam diariamente a manter nossa rota pessoal ajustada , a cultivar hábitos saudáveis e a educar nosso algoritmo interno a nos guiar em uma jornada do saber viver.
Porém, antes de dar continuidade à reflexão, vejamos o que é um hábito positivo, quais são os seus benefícios e como a tecnologia aparece nesse contexto.
O que é um hábito positivo?
O hábito é geralmente uma ação, aprendida, registrada e repetida regularmente por nosso cérebro, que nos orienta a praticá-la. E pode ser positivo ou negativo. Mas, a intenção aqui é focar nos hábitos positivos.
Por exemplo, praticar atividades físicas regularmente é um hábito considerado positivo por médicos. Consumir ao menos uma refeição completa, com grãos, proteínas, vegetais e fibras é um outro hábito a ser feito cotidianamente. Porém, tais ações podem, em certa medida, não refletir a realidade de muitos cidadãos brasileiros, e não se trata de mera escolha.
Olhando para outros exemplos, apreciar a própria imagem, cultivando a autoestima elevada pode ser considerado um hábito positivo. Entre tantos outros que poderiam ser citados aqui.
Esses casos, quando praticados com regularidade e que são possíveis de serem encaixados na realidade da pessoa, tornam-se hábitos. Atividades que até podem ser deixadas de lado em alguns momentos, mas que são dificilmente esquecidas.
Ou seja, quando nosso cérebro é programado para desempenhar certas habilidades e atividades, podemos dizer que estamos treinando nosso algoritmo pessoal. E, com ele, potencializando — ou não — o desenvolvimento de hábitos positivos. Pode ser, de certo modo, um meio de criar uma cultura da inovação pessoal.
Como desenvolver um hábito e colher seus benefícios?
Estima-se que até 40% das atividades feitas cotidianamente possam vir, em algum momento, a se transformar em hábito. O tema é tão importante que, inclusive, é o foco central de um dos livros mais lidos nos últimos tempos: “O Poder do Hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios”, escrito pelo ex-repórter do New York Times, Charles Duhigg.
A obra bateu recordes de venda desde seu lançamento, em 2012, e chegou a figurar na lista de mais vendidos de um dos principais jornais norte-americanos, o próprio New York Times.
O próprio autor explica que, para desenvolver hábitos, é preciso seguir alguns passos:
- ter um gatilho, algo que o faça refletir sobre iniciar um comportamento;
- agir para atingir o objetivo de tal ação;
- ganhar algo com o que é feito, para ativar o efeito de recompensa no cérebro.
Por exemplo, há quem ganhe condicionamento físico por meio de algum exercício. Assim, temos:
- gatilho: “preciso ganhar mais fôlego”;
- ação: inscrever-se em uma academia;
- recompensa: com o tempo, identificar que está ganhando massa muscular e respirando melhor ao caminhar ou correr.
Benefícios dos hábitos positivos
Parte das pessoas está orientada a buscar hábitos positivos para suas vidas. Porém, quais os benefícios deles e de que forma impactam nossas vivências?
No caso do exemplo apresentado anteriormente, fica evidente que o ato de fazer atividade física gera uma série de retornos positivos para a saúde. Que, por sua vez, contribui para que a pessoa durma e acorde cedo. E a faz despertar com fome, melhorando o consumo do café da manhã.
Assim, por vezes um só comportamento é responsável por gerar uma série de outros hábitos positivos, como numa reação em cadeia.
Cabe à pessoa ser ela o próprio motor para influenciar positivamente sua vida e daqueles ao seu redor. O que nos leva a entender que inovação é feita de gente, porque temos esse poder, pessoal e coletivo, de criar hábitos.
Como a tecnologia pode ajudar as pessoas a desenvolver hábitos positivos?
Gadgets como os smartwatches ou as assistentes virtuais, como a Alexa, podem lembrar o usuário de beber mais água. Ou, ainda, de que é hora de pausar no trabalho por estar muito tempo sentado (o que pode prejudicar a saúde física).
Para além da tecnologia física, também existem os softwares que podem ser usados em computadores ou smartphones com os mesmos objetivos. Basta, para tanto, acessar a loja de aplicativos e encontrar aquele com mais avaliações positivas dos usuários.
Porém, a tecnologia por si só não será capaz de motivar a pessoa a desenvolver o hábito. Cabe a ela dar o passo inicial. Assim, é válido ter um horizonte da inovação pessoal e proatividade para prosseguir no comportamento que almeja tornar-se um hábito frequente.
E é aí que retornamos ao início desta reflexão: a necessidade de calibrar nossos algoritmos internos, identificando-os e decodificando-os para desenvolver os hábitos positivos. O que passa por outros fatores, como a busca pelo autoconhecimento, que nos ajuda a estar mais conscientes dos processos do dia a dia. Tudo com o objetivo de levar uma vida saudável, leve e feliz.
E se você tem interesse em aprender a encontrar e decifrar o seu algoritmo pessoal, saiba que desenvolvi uma nova palestra, Algoritmo da Vida, pela qual vou auxiliar você e sua organização a chegar lá.