Você já se perguntou o que torna uma ideia inovadora? Ou melhor: como boas ideias podem gerar empresas disruptivas? Em 2015, um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) com o apoio do Sebrae mostrou que o Brasil possuía a maior taxa de empreendedorismo do BRICS. Por outro lado, também temos a constatação de que muitas empresas ‒ especialmente micro, pequenas e empreendedores individuais ‒ não chegam ao segundo ano de atuação.
Em meio a tantas empresas criadas (em 2015 eram quase 2 bilhões, segundo o Serasa Experian), poucas se diferem por serem negócios disruptivos, como a EduK, considerada pela Fast Company a maior startup de educação do país ou o app iFood, que está entre os dez maiores do mundo em número de pedidos.
O que será que está faltando entre essas duas realidades brasileira tão opostas? De um lado, crescimento do empreendedorismo ano após ano; de outro, uma taxa de sobrevivência ainda abaixo dos dois anos. Esse contraste me levou a escrever um pouco mais sobre características de empresas disruptivas. Quais são os novos modelos de negócios e quais produtos ou serviços são aguardados nesse novo mercado.
O que esperar de empresas disruptivas?
Propósito, demanda, praticidade, proposta de valor. Pedir um táxi e pagar a corrida pelo celular, acessar apenas um site para contratar produtos e serviços, entre muitas outras facilidades que os negócios inovadores nos trouxeram.
Mas não é só de novas tecnologia que vivem as empresas disruptivas, também tem talento humano, processo consolidado, validações e remodelagem necessária. Confira abaixo:
Talentos e lideranças:
Do que adianta contratar o melhor profissional, se ele não tem espaço ou autonomia para sugerir e aplicar novas ideias? As empresas disruptivas reúnem talentos para que eles mostrem os melhores caminhos, definam os processos mais adequados e o momento ideal de mudança.
Já comentei em alguns conteúdos que isso tem a ver com a estrutura linear, que instituições conservadoras e hierárquicas não possuem (e preferem fugir!). A inovação pede um modelo de negócio colaborativo e aberto.
Se você quiser saber mais sobre o tema, confira o artigo sobre ambidestria organizacional e veja como líderes ambidestros contribuem para a inovação nas organizações.
Canais de feedback (com os clientes também)
O mais bacana neste item é uma qualidade das empresas disruptivas de não terem medo de errar. Por isso, elas abrem um diálogo construtivo com equipe interna, cliente e comunidade. Buscam essa aproximação para saber a origem de falhas, as possibilidades de melhorias a partir dos erros e as oportunidades de novos produtos.
Enquanto corporações conservadoras se fecham para resolver crises, as inovadoras caçam soluções em diversos locais, seja no brainstorm com os funcionários ou em uma plataforma para cadastro de novas ideias. Nos negócios disruptivos, inovação e criatividade andam lado a lado.
Alinhamento de ponta a ponta
Para os dois itens anteriores serem uma realidade, é preciso que a Liderança inovadora esteja 100% focada na causa e que repasse isso a toda empresa. A inovação deve estar presente na estrutura física, no clima organizacional, no processo de contratação, gestão, avaliação, etc. O alinhamento é uma parte importante para a construção da cultura de inovação.
Tire as ideias do papel
Digo e repito: não basta ter ideias geniais, elas têm que sair do papel, serem viáveis e rentáveis. É por isso que trabalhamos exaustivamente com a criação de estratégias e processos.
Para terminar a conversa, eu gostaria de compartilhar um exemplo do que empresas disruptivas conseguem fazer. Muita gente pensa que a inovação nos negócios só tem relação com algo nunca antes visto, mas ser inovador significa fazer diferente o que já existe, criar algo do zero ou transpor o que foi criado para outras esferas.
Saiba mais neste vídeo abaixo sobre modelos de negócios inovadores:
Conheça o case inovador da empresa Dafti
Quando chegou ao Brasil, em 2011, poderia ser mais uma loja virtual, mas a empresa chegou para ser o primeiro e-commerce de calçados. A partir daí, virou praticamente um shopping center virtual: multimarcas, múltiplas formas de entregas, portfólio variado. Até o provador da loja física foi para o mundo virtual, com avatar que reproduz as medidas, cor da pele, penteados e demais características do cliente.
A Dafiti pensou diferente para transpor o que já existe em um centro de compras físico para o mundo online. Atualmente, é considerada uma das empresas mais inovadoras da América Latina.
Olhe ao redor e apure os ouvidos para identificar o que pode ser diferente dentro da sua empresa. Se surgir uma boa ideia, saiba que a (re) criação de um modelo de negócio é uma importante arma de testes e validações. Quem sabe não surge algo com potencial inovador?
Agora que você já sabe conhece as principais características das empresas inovadoras, saiba como criar mais senso de responsabilidade em sua equipe. Leia o artigo: Accountability: o que é e como colocá-la em prática na sua empresa.