O empreendedorismo após os 50 anos tem ganhado destaque globalmente, refletindo mudanças demográficas e econômicas significativas. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, profissionais maduros estão cada vez mais buscando empreender, seja por necessidade, desejo de realização pessoal ou para aproveitar oportunidades de mercado.
Este artigo explora a evolução do empreendedorismo sênior no mundo, destacando fatores que impulsionam essa tendência, desafios enfrentados e iniciativas de apoio a esses empreendedores e empreendedoras.
O crescimento do empreendedorismo sênior
Dados recentes indicam que a população mundial está envelhecendo rapidamente. A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, até 2050, haverá mais de 2 bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no planeta, representando 25% da população mundial. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem atualmente 30,3 milhões de idosos, número que deve alcançar 68,1 milhões em 2050, tornando o país o sexto mais envelhecido do mundo.
Esse cenário demográfico tem impulsionado o chamado “empreendedorismo prateado”, onde indivíduos acima dos 50 anos iniciam novos negócios. Estudos mostram que esses empreendedores têm maiores chances de sucesso comparados aos mais jovens. Por exemplo, uma pesquisa revelou que 15,6% dos empreendedores entre 55 e 64 anos possuem empresas estabelecidas há mais de três anos e meio, uma taxa cinco vezes maior do que a observada entre empreendedores de 18 a 34 anos, que é de 3,8%.
Fatores que impulsionam o empreendedorismo após os 50
Vários fatores contribuem para o aumento do empreendedorismo entre pessoas com mais de 50 anos:
- Experiência e conhecimento acumulados: Profissionais maduros possuem vasta experiência profissional, habilidades de gestão e uma rede de contatos consolidada, facilitando a identificação de oportunidades e a tomada de decisões assertivas de acordo com matéria da Pequenas Empresas Grandes Negócios.
- Controle financeiro: Muitos indivíduos nessa faixa etária têm maior estabilidade financeira e capacidade de investimento, permitindo iniciar negócios com recursos próprios e menor dependência de financiamentos externos, de acordo com a pesquisa “Empreendedores 50+, o futuro do Brasil”, da consultoria Empreendabilidade.
- Busca por realização pessoal: O desejo de realizar projetos pessoais, alcançar satisfação profissional e contribuir para a sociedade é um fator motivacional.
- Necessidade de complementação de renda: Com a aposentadoria nem sempre suficiente para manter o padrão de vida desejado, muitos veem no empreendedorismo uma forma de complementar a renda.
Desafios enfrentados pelos empreendedores sêniores
Apesar das vantagens, empreendedores acima dos 50 anos enfrentam desafios específicos:
- Barreiras financeiras: Dificuldades em acessar crédito e recursos financeiros são comuns, especialmente quando não se deseja comprometer o patrimônio pessoal.
- Discriminação etária (Etarismo): O preconceito relacionado à idade pode dificultar a inserção em determinados mercados e a obtenção de apoio necessário.
- Atualização tecnológica: A rápida evolução tecnológica exige constante atualização, o que pode ser desafiador para alguns empreendedores sêniores.
- Rede de contatos: Embora possuam uma rede consolidada, expandi-la para incluir contatos em novas áreas pode ser um desafio.
Iniciativas de apoio ao empreendedorismo sênior
Reconhecendo a importância e o potencial dos empreendedores sêniores, diversas iniciativas têm surgido para apoiá-los:
- Incubadoras e Aceleradoras: Programas específicos oferecem suporte na criação e desenvolvimento de negócios liderados por pessoas acima dos 50 anos. Por exemplo, em Coimbra, Portugal, foi lançada a primeira incubadora de empreendedorismo sênior e de impacto, o Programa Factor C’Idade, destinado a transformar ideias em negócios sustentáveis.
- Programas de Mentoria: Iniciativas que conectam empreendedores sêniores com mentores experientes ajudam na troca de conhecimentos e no desenvolvimento de habilidades necessárias para o sucesso dos negócios. Um exemplo é a mentoria Método Silver – Empreende 50+.
- Cursos e Workshops: Oferecem capacitação em áreas como tecnologia, gestão e inovação, auxiliando na atualização e no aprimoramento das competências dos empreendedores sêniores, como o movimento liderado pela Mature.
- Combate ao Etarismo: Campanhas e ações que visam conscientizar a sociedade sobre a valorização da experiência e do potencial dos profissionais mais velhos, combatendo o preconceito relacionado à idade.
Reinvenção profissional em qualquer momento
Diversos empreendedores iniciaram negócios de sucesso após os 50 anos, servindo de inspiração para outros que desejam trilhar o mesmo caminho. Esses exemplos mostram que a maturidade pode ser uma grande aliada na tomada de decisões, na gestão de riscos e na construção de negócios sólidos e inovadores.
Um exemplo marcante é o de Bobbi Brown, que fundou a Bobbi Brown Cosmetics aos 34 anos, mas reinventou sua trajetória após os 50, lançando novos empreendimentos na área de bem-estar e beleza, como a Jones Road Beauty, adaptando-se às novas tendências de consumo e mostrando que a inovação não tem idade.
Outro caso de destaque é o de Arianna Huffington, que, após uma carreira consolidada no jornalismo, fundou o The Huffington Post aos 55 anos. Posteriormente, aos 66, lançou a Thrive Global, uma empresa focada em bem-estar e produtividade, provando que é possível criar negócios de impacto mesmo após décadas de experiência em outro setor.
No Brasil, há o exemplo inspirador de Zica Assis, que cofundou o Instituto Beleza Natural aos 38, mas consolidou a expansão da marca após os 50 anos. Zica se reinventou várias vezes, e seu negócio, voltado para cabelos crespos e cacheados, tornou-se um império da beleza nacional, empregando milhares de pessoas.
Há também aqueles que começaram efetivamente a empreender mais tarde. Um exemplo é o de Harland David Sanders, conhecido mundialmente como Coronel Sanders, fundador da rede KFC (Kentucky Fried Chicken). Ele só começou a franquear seu negócio aos 65 anos, depois de uma série de fracassos e empregos variados. Aos 73, já havia estabelecido uma das maiores redes de fast-food do mundo.
Outro exemplo icônico é o de Julia Child, que revolucionou a culinária americana ao lançar seu primeiro livro de receitas aos 50 anos e estrear na televisão aos 51. Ela não apenas introduziu a culinária francesa nas casas americanas, como se tornou um símbolo de reinvenção tardia e sucesso duradouro.
Vale citar ainda Barbara Beskind, que se tornou designer de produtos aos 89 anos na empresa de inovação IDEO, na Califórnia. Ela passou a criar soluções voltadas para o público sênior, aplicando sua própria vivência para desenvolver objetos mais acessíveis e ergonômicos. Seu exemplo revela que a reinvenção profissional pode ocorrer até mesmo em idade muito avançada — e ser extremamente relevante para o mercado.
Esses e outros casos reforçam que empreender após os 50 não é apenas viável — pode ser uma das fases mais férteis e bem-sucedidas da vida profissional. Ao unir experiência, propósito e ousadia, esses empreendedores mostram que a maturidade é um diferencial competitivo poderoso no mundo dos negócios.
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