O design de negócios está disponível para todos que estão atrás de um mesmo objetivo: inovação estratégica para o cliente. Em startups e empresas de tecnologias, que nascem dinâmicas, fica mais fácil visualizar a aplicação das transformações da metodologia e o acolhimento dos profissionais especialistas, os business designers. Como fazer o mesmo em empresas tradicionais? É preciso adotar uma nova mentalidade. A maneira mais apropriada é obter depoimentos e fazer intercâmbios com quem vivencia a experiência.
Misa Misono, ex-diretora de design da IDEO, explica com propriedade sobre design de negócios. Para ela, o principal papel do profissional da área é manter a balança equilibrada. Ou seja, valorizar as necessidades dos usuários e clientes. Na IDEO, as soluções inovadoras eram originadas quando se encontrava uma sintonia entre viabilidade e conveniência. Era preciso projetar o que era viável. Com esse tipo de conhecimento, torna-se mais factível a ideia de trazer a mentalidade para dentro de qualquer empresa.
Misa Misono continua descrevendo a rotina de quem trabalha com design de negócios. Em um momento inicial, o foco está em traduzir o que o cliente deseja e transformá-lo em desafios para as equipes. Para isso, sugere questionar “como é possível tornar nossos clientes atuais mais leais?”. Na fase de pesquisa, a viabilidade significa experimentar e prototipar para responder perguntas sobre necessidades do nicho ou posicionamento da marca. Finalmente, desenha-se como as recomendações do design de negócios está conectada com a estratégia da empresa.
Esse é o panorama geral da nova habilidade para os negócios. Agora, a questão que deve sempre ser feita não é sobre processos, mas:
Como obter um design de negócios de sucesso?
Para responder sobre habilidades de um design de sucesso, é importante voltarmos para algumas características que garantirão a sustentação de uma mudança. Como dito, em startups e novas empresas, a cultura da nova era tende a facilitar a utilização dos objetivos do business design. Contudo, embora o caminho possa ser mais longo, é possível – e bastante recomendável – que empresas tradicionais e, até mesmo, mais sólidas, se atentem para o que o mercado está pedindo. Afinal, será um pré-requisito para fazer parte do futuro.
1. Profissionais com o mindset de design de negócios
“Design de negócios é a habilidade mais importante para o futuro”. Essa fala é de David Schmidt, business designer, consultor digital e empreendedor. Analisando o cenário em que vivemos e o que ele está propenso a se tornar, Schmidt alerta para que as empresas adotem uma abordagem para criar modelos sustentáveis em um mundo que exige mudanças rápidas. É aqui que entra o design de negócios, para ajudar a entender o contexto, focar nas pessoas, inovar e testar o quanto antes.
Adotar verdadeiramente a mentalidade do design de negócios é a diferença de um ótimo profissional e apenas mais um. Aqui, cabe a união do pensamento analítico com criatividade. É preciso entender os desafios, fazer escolhas e reduzir o número de soluções – neste caso, de possibilidades de solução. Da mesma forma, precisa-se de um pensamento divergente, para ir além do comum e conseguir inovar. Como unir isso? Aplicando e disseminando a ideia de que é fundamental continuar com as características analíticas, mas não há como fugir das incertezas do momento. Deve-se, inclusive, abraçá-las em suas hipóteses.
Outro ponto que faz um design de negócios funcionar, é contar com um profissional que traga não só números, mas curiosidade. Manter-se atualizado com o mercado e estar aberto para experimentar. Há vários focos: o entendimento do cliente e do que está fora da empresa. A implementação desse mindset também trará mais colaboração. Afinal, é a partir do cruzamento de áreas de conhecimento que surgem novidades.
O design de negócios precisa de especialistas aptos e abertos a adquirir uma nova mentalidade. São profissionais que podem vir prontos e formados pelo mercado, mas podem partir da incorporação dessas características pelas lideranças das empresas e equipes de recursos humanos. Inclusive, em uma empresa tradicional, um líder que pensa como business designer traz resultados bastante positivos dentro dessa proposta, mesmo em um ambiente mais rígido.
2. Flexibilidade para analisar, propor e testar
O conceito de Lean Startup, popularizado por Eric Ries, condiz bastante com o que o design de negócios propõe: ter espaço para testar o quanto antes as suposições e aprender com elas. No método proposto por Ries, é sugerido a realização do Ciclo de Feedback: construir, medir e aprender. Em resumo, primeiro se estabelece objetivos e se constrói um protótipo, depois medimos os aprendizados e sempre estamos aprendendo com o processo e com os clientes. e gerando novas ideias, novos produtos, recebendo feedbacks e assim sucessivamente até obter o sucesso na entrega do resultado final.
A flexibilidade está na capacidade de enxergar de forma analítica, solucionar e inovar. A construção de uma solução no design de negócios parte da investigação sobre criação e inovação para uma formulação de hipóteses. Com isso, será identificado o que deve ser testado, serão construídos protótipos e recebidos feedbacks. Assim, se extrai resultados e se parte para um novo ciclo do próximo protótipo.
3. O usuário é o centro das atenções
É preciso lembrar: o foco está no usuário. Para um design de negócios ser um sucesso, deve-se fornecer algo que é relevante para o público. Todo o pensamento analítico, criatividade e inovação devem estar alinhados com o propósito de entregar valor para quem utilizará o produto ou serviço. Por esse motivo, é fundamental saber com quem se está lidando, conhecer a fundo o cliente, saber suas motivações, suas dores e características pessoais. É o tipo de relação que estabelece a empatia imprescindível para propor algo que seja atraente e funcional.
Como fazer? Isso pode parecer simples, mas tem um efeito poderoso. Como diz Steve Blank, get out of the building – ou no bom português – vá prá rua!. Converse com as pessoas, identifique as necessidades, valide a sua solução, entenda o seu cliente, teste os canais, capte parceiros estratégicos. Aprenda, ajuste e adapte a sua entrega.
Qual sua opinião sobre as principais características do design de negócios? Compartilhe suas dúvidas e sugestões!