Nos textos sobre Gestão do conhecimento já falamos que um uma empresa inovadora não se faz apenas com tecnologia de ponta, mas também pela mente das pessoas que estão dispostas a promover a mudança. Esse combo alinhado a metodologias que auxiliam na coleta e análise de dados impulsiona o desempenho da equipe, otimiza os resultados e cria soluções para facilitar o dia a dia nas empresas, além de entregar valor ao cliente. Se esses objetivos juntos fizeram você lembrar dos artigos sobre Design Thinking e também no processo produtivo das organizações exponenciais, hoje ainda vamos relembrar um novo conceito: o business design.
A própria palavra design já explica boa parte do trabalho de um business design. Em tradução livre, o termo significa “desenho” e vem do verbo designare que nada mais é do que traçar, marcar ou mostrar uma direção. Nas palavras de Michael Eales, business designer da Business Models Inc., um profissional que atua neste segmento está preparado para aplicar princípios tanto do design quanto da administração de negócios. Ou seja, é utilizar o conhecimento das duas áreas para criar novas abordagens operacionais e desenvolver processos mais fáceis de executar, principalmente quando se tratar de projetos complexos.
Um profissional do business design pode ser contratado sempre que um novo produto ou serviço for lançado ou ainda quando surgir necessidade de reinventar os que já estão no mercado. Isso porque os profissionais da área partem do princípio que as várias etapas de um negócio, desde a ideia inicial até o lançamento, são hipóteses que podem ser prototipadas e melhoradas depois de vários testes.
Business design, governo e atendimento aos cidadãos
Michael Eales e sua equipe conseguiram bons resultados ao trabalhar com algumas agências governamentais da Austrália. Eles partiram da premissa de que os problemas que o governo tentava resolver precisava de uma abordagem diferente das que levaram à situação atual. Para tanto, Eales convidou os líderes para olhar a questão com a mentalidade de um iniciante, o que muitas vezes levou a administração pública a passar um tempo com os cidadãos entendendo as suas reais necessidades.
Em entrevista ao Singularity Hub, ele contou que o Departamento de Indústria da Austrália passou por alguns problemas financeiros que obrigou duas áreas diferentes do departamento a se agruparem: uma era mais voltada para o financiamento de empresas e a outra estava focada no crescimento dos negócios. Dessa forma, enquanto os primeiros tendiam a dizer “sim” para ajudar os empresários; a segunda dizia “não” por conta do orçamento limitado. Esse cenário é ou não é uma boa oportunidade para contratar um business designer? Foi então que a equipe de Eales entrou em ação. Eles colocaram os dois grupos para conversar diretamente com os empresários e entender como esses gestores se viravam para conseguir o financiamento, mas sem deixar de se preocupar com os outros recursos oferecidos pelo governo.
O resultado desse trabalho foi o surgimento na Austrália do the Entrepreneur’s Infrastructure Programme (em tradução livre: Programa de infraestrutura do empreendedor). Nele, o governo primeiro concede suporte para as organizações se tornarem mais competitivas para só depois falar sobre financiamento. Entre os auxílios oferecidos podemos citar: assessoria de negócios, ajuda para pequenas e médias empresas para comercializar novos produtos e disponibilização de mentores para ajudar esses profissionais a identificar quais os entraves que impedem o crescimento dos negócios.
Eales e sua equipe por meio da abordagem do do business design conseguiu com que as agências e escritórios públicos dialogassem diretamente com as empresas e reduzissem a complexidade que norteiam os financiamentos. É uma forma arrojada de recriar um modelo de negócio que ainda rendeu o prêmio Design Pioneer award para eles.
Gostou de saber mais sobre o business design? Veja aqui como estamos aplicando esse conceito no desenho de novos modelos de negócios. Ficou interessado? Faça um contato conosco.