Um alquimista era conhecido na idade média por transformar metais em ouro. Para que isso acontecesse precisava de conhecimento em física, química e outras ciências naturais. Hoje, para que uma empresa cresça e encontre a alquimia do crescimento sustentável, é necessário alinhar habilidades de vários campos de negócio.
E qualquer empreendedor sempre inicia um negócio achando que dará certo. Da mesma forma, a maioria dos empresários sabe quando seus negócios estão ameaçados. No entanto, a cada ano acompanhamos várias empresas que fecharam as portas devido aos impactos da disrupção digital: são negócios inovadores que encontraram a alquimia do crescimento como Big Data, Inteligência Artificial e Internet das Coisas.
O que sustenta uma empresa é encontrar o que poderia ser mudado no seu negócio
Quem acompanha as tendências de mercado sabe o que ameaça um negócio, mas o por que é tão difícil de mudar? Pedro Waengertner em seu livro A estratégia da Inovação Radical conta que, em anos de pesquisa na área, descobriu que o que mata as empresas não são as grandes mudanças, mas sim, a falta de análise de dentro do negócio que impede a empresa de reagir ao novo contexto.
Existe um outro cenário. O das empresas tradicionais que decidem aplicar estratégias de startups sem mudar o mindset cultural ou rever processos. O que as startups têm de diferente? Elas jogam no ataque, estão mais dispostas a correr riscos e fazem experimentos, aceitam o erro e o risco de não dar certo.
Por sua vez, as empresas tradicionais costumam ser mais reativas, dar passos sólidos, operar com segurança. Aqui no blog, já falei sobre o modelo ambidestro que tem gerado bastante resultado para empresas que têm esse perfil. O segredo, portanto, é ir para o ataque. Se adaptar e pensar em soluções para conquistar um crescimento sustentável de forma ágil, diferenciando-se dos seus concorrentes.
Em 1999, a partir de suas experiências, Mehrdad Baghai, David White e Stephen Coley, consultores da McKinsey, escreveram o livro Alquimia do crescimento: os segredos das 30 empresas que mais crescem no mundo, eles pesquisaram por dois anos como empresas que começaram de um ponto mais baixo conseguiram crescer. Os três horizontes da inovação, como ficou conhecido, tem sido amplamente adotado depois que Steve Blank escreveu um artigo sobre este tema e publicou no seu blog.
E o que são os três horizontes da inovação?
Muito se comenta que não existe uma fórmula pronta e sim, muito trabalho. E mesmo que a sua empresa siga todos os passos para conquistar a alquimia do crescimento, pode levar anos para conseguir resultado. Mas é uma estrutura testada e que ainda gera resultado para várias organizações.
Como os autores explicaram no livro: “O crescimento é uma busca nobre. Cria novos empregos para a comunidade e riqueza para os acionistas. Pode transformar empresas comuns em ambientes estimulantes, onde os funcionários encontram um senso de propósito em seu trabalho.” Para chegar até ele, os consultores mapearam três horizontes críticos para o crescimento:
Horizonte 1 – É o modelo de negócio principal da empresa e como ela é reconhecida
Neste primeiro horizonte, os processos de inovação acontecem em seu modelo de negócios atual, pelo qual sua empresa é reconhecida. Amplie e defenda esse produto ou serviço. Está relacionado a sua proposta de valor e pela maneira como os clientes e os sócios a enxergam.
Essa é a operação que fornece o recurso que a sua empresa precisa para crescer e inovar. A missão no horizonte 1 é fazer com que esse negócio que é próspero e consolidado, abra caminhos para a inovação para identificar novos mercados, hoje não atendidos. Algumas dicas para fortalecer ainda mais o carro chefe da empresa são:
- Pensar em extensões do produto;
- Investir em ações de marketing;
- Reduzir custos que mantenham uma estrutura saudável;
- Aplicar ferramentas de produtividade;
- Revisitar os processos organizacionais;
- Criar programas de estímulo à força de vendas.
Horizonte 2 – negócios de fácil desenvolvimento
O segundo horizonte da alquimia do crescimento exige a construção de negócios emergentes. Ou seja, aplicações de desenvolvimento rápido e que podem transformar a empresa em até cinco anos.
No início haverá investimento financeiro e de pessoal, com retorno a esse investimento a longo prazo. No entanto, os negócios emergentes atraem lucro e novos clientes para a organização.
O objetivo aqui é ganhar mercado e a geração de nova fonte de receita atua como força motriz para investir nesses negócios emergentes. Afinal, o objetivo central é acelerar o crescimento. Inovações no modelo de negócio, a busca por novos segmentos de clientes, a revisão dos recursos chave visando criar novos negócios faz parte do horizonte dois. Os processos de inovação, a inclusão de metodologias ágeis em processos e a adoção de experimentação também compõem este estágio.
Horizonte 3 – ideias que gerarão lucro no futuro
O Horizonte 3 é uma espécie de semente que vai gerar lucro no futuro. É sobre o investir em experimentos sem ter a garantia que eles darão certo. Nesse caso, são aplicações que são feitas hoje para gerar receita no futuro, como pesquisa, parcerias, alianças e até mesmo testes no mercado.
Os lucros podem chegar em até dez anos, mas desde o início o negócio precisa mostrar um potencial genuíno. Em resumo, esses negócios são embrionários, mas não se trata de fantasias arriscadas demais. O objetivo da empresa é equilibrar o financiamento dessas iniciativas com o risco de usar muito capital ou outros recursos.
Neste estágio, inovações disruptivas devem ser pensadas visando criar novas alternativas para captação e atração de novos mercados.
Como gerenciar os três horizontes de crescimento?
Gerenciamento dos três horizontes que leva a alquimia do crescimento exige o desenvolvimento de novos negócios em paralelo ao seu negócio base. A eficácia operacional deve estar alinhada com o time de inovação, tal qual acontece com as empresas ambidestras. Na palavra dos autores: “Somente uma organização excepcional consegue sustentar o crescimento enquanto o seu negócio principal amadurece.”
Enfraquecer qualquer um dos horizontes enfraquece as perspectivas de crescimento a longo prazo. Para defender a estratégia é preciso ampliar e defender o que sustenta o negócio atualmente sem perder de vista os Horizontes 2 e 3.
E líderes precisam estar aptos para isso. Mas existe uma fase anterior que é investir em treinamento e no mindset ágil de crescimento. Quando essa mudança acontece, todos os colaboradores se inspiraram e a empresa estará pronta para seguir a trilha da alquimia do crescimento, de forma constante e sustentável.
Quer saber como desenvolver o mindset ágil na liderança da sua empresa. Entre em contato, será muito gratificante poder contribuir para a virada de chave do seu negócio!