Quem já participou de workshops de Design Thinking utilizando post its coloridos para organização das ideias não imagina que, quando a abordagem foi trazida para o Brasil por Maurício Manhães, era comum o uso de papel A4 cortado em vários quadradinhos.
No Webinar que tive com o PHD em Design de Serviços, falamos sobre a evolução do Design Thinking (DT) e como uma troca de e-mails com Birgit Mager (Co-Fundadora e Presidente da International Service Design Network), uma das maiores especialistas global sobre o tema, contribuiu para o ecossistema de inovação em Santa Catarina.
Isso porque, além de Birgit Mager viajar para o Brasil para participar da banca de mestrado de Maurício Manhães, ela participou de eventos na Universidade Federal de Santa Catarina – onde fiz meu mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento – e na Universidade do Estado de Santa Catarina.
De lá para cá, a evolução do Design Thinking foi gigantesca. Somente em meus workshops foram utilizados mais de 300 mil post its em imersões para organizar ideias e buscar soluções inovadoras para resolução de problemas.
Empresas como Vale, Boticário, Natura Sou e Fiat são exemplos de como a abordagem do Design Thinking foi fundamental para inovar e atingir novos mercados.
Quer saber mais sobre a evolução do Design Thinking e sua contribuição para a inovação no Brasil continue a leitura do artigo!
Para entender o Design Thinking
O Design Thinking está vinculado à estética e ao desenho de produtos. Como era de se esperar, ele evoluiu para a cultura corporativa, abordando problemas complexos da mudança de era e das rápidas transformações.
Quem tem utilizado essa abordagem consegue ver a essência e a importância que ela traz. Sob sua perspectiva inovadora, esse processo modificou muitas estratégias e a cultura organizacional de muitas empresas, fossem elas nos moldes tradicionais ou startups.
Como método é possível imaginar que sua aplicação bem fundamentada, permite a partir de uma situação problema e após todas as pessoas envolvidas proporem experimentos e possibilidades, chegar a soluções que antes não poderiam ser imaginadas.
Assim, podemos entender o Design Thinking como uma abordagem ágil que auxilia as organizações a colocarem a inovação em prática. O método não é restrito apenas a empresas inovadoras e pode ser aplicado em organizações dos mais variados segmentos e distintos níveis de maturidade.
Empresas que adotam o Design Thinking continuamente estão redesenhando seus negócios. Elas visam avançar no processo de inovação e eficácia para obter maior assertividade no atendimento de seus clientes.
A evolução do Design Thinking
Pensar na evolução do Design Thinking é pensar em como você lida e se adapta a problemas diversos. E, principalmente, como seu uso de forma complexa e sistemática soluciona as dores dos clientes e inclusive a possibilidade de alavancar a receita da empresa.
Quando a cultura da empresa está vinculada diretamente ao design, é possível utilizar a abordagem para ajudar a simplificar e humanizar processos. É importante entender que o maior limitante do design não são as pessoas ou as ideias, mas o tempo.
Durante nosso webinar A inovação e Evolução do Design nos últimos 10 anos, listamos algumas experiências em que vivenciamos. Houve vários momentos em que a multiplicidade das ideias acerca de um tema diferente trouxe à tona uma série de soluções incríveis para problemas que pareciam impossíveis de serem resolvidos.
Conseguimos compreender a importância da diversidade por meio da aplicação desse método em situações completamente ricas por suas divergências e em ambientes menos ricos, pela similaridade de opinião entre seus participantes.
Neste momento, a Indústria 4.0 usa tecnologias na perspectiva do Design Thinking que buscam assumir funções operacionais e acessórias. A intenção é possibilitar aos trabalhadores o bom funcionamento da sua capacidade intelectual na proposição de melhores soluções.
Cases de sucesso
Durante esses 10 anos, muitos foram os casos de sucesso, em que empresas conhecidas no mercado colocaram em práticas a abordagem do Design Thinking e obtiveram sucesso. Vamos falar um pouco dos resultados de quem apostou no método!
O Boticário
Deixando para trás o tradicionalismo presente em seus processos produtivos, o Grupo Boticário, resolveu há mais de 8 anos inovar! Percebeu que as transformações aconteciam em velocidade galopante e então adotou uma gestão ágil, juntamente com a adoção do Design Thinking e hackathons.
Natura Sou
Outro exemplo de implementação do Design Thinking, como método centrado na necessidade das pessoas e considerando metodologia de pesquisa para o desenvolvimento de soluções tangíveis, foi a Natura SOU, em período similar a sua concorrente.
Fiat
A Fiat, empresa da indústria automotiva, recentemente construiu um Design Center, um grande investimento de mais de onze milhões de reais com suas bases estruturadas em User Experience (UX) e metodologias de DT.
Eletrolux
A Electrolux, empresa do setor de eletrodomésticos, há menos de 3 anos, foi reconhecida internacionalmente por seu design inovador e funcional, adotando metodologia de Design Thinking para inovação.
A evolução do Design Thinking ao longo desses 10 anos é notória e representa de forma muito especial como essa metodologia mudou, literalmente, a forma de pensar a inovação aliada a tecnologias. E como a inovação está em constante movimento, não podemos deixar de falar sobre design driven.
Do Design Thinking ao design driven
Não buscamos em nosso webinar tratar de outra coisa que não, a evolução do design thinking sob a ótica de um dos precursores dessa metodologia aqui no Brasil. Mas já que estamos falando sobre evolução, por que não pensar um pouco sobre o design driven?
O design driven é considerado um complemento a outros métodos mais populares, como o Design Thinking e a inovação aberta. Para Verganti, as antigas ferramentas de inovação nos negócios foram criadas em um contexto no qual existiam poucas ideias inovadoras. E hoje o que não faltam são ideias e a manifestação delas.
Por isso, é preciso observar fatores sociais, econômicos, políticos e tecnológicos, a partir do ponto de vista das pessoas. Suas subjetividades levam a um vínculo mais forte da sua marca com as pessoas, que pode até superar funcionalidades mais “modernas” de outras empresas.
Desse modo, podemos dizer que o design driven é uma abordagem criada para acompanhar a intensa transformação cultural que estamos passando. Assim, produtos e serviços não seriam só melhorados a partir do design, mas criados a partir dele (design driven).
Para entender melhor como estamos vivendo esse momento de transformação, não deixe de ler Liderança para a inovação: como aprender, adaptar e conduzir a transformação cultural nas organizações.